segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Brokeback Mountain


Hoje eu fui ao cinema. Sozinha, como de hábito. Sozinha, como eu gosto. E foi muito melhor do que eu esperava. Fui ver Brokeback Mountain muito mais pelas várias indicações ao Oscar do que pela estória propriamente. E me surpreendi. Como pode um filme sobre caubóis homossexuais ser tão delicado, tão belo? Podendo ué.. A nossa cabeça limitada e preconceituosa pode até achar que o homossexualismo é uma coisa normal - mas jamais seria bela. Dois homens (ou mulheres) podem até se amar - mas bonito mesmo é a mocinha e o mocinho se beijando; a mocinha e o mocinho lutando para ficarem juntos. O mocinho e outro mocinho não, ah, não dá: até pode, mas é feio. Era feio. Até ontem. Hoje, foi lindo. Hoje os dois mocinhos protagonizaram a estória de amor mais bonita que eu já vi. Hoje a estória dos dois mocinhos foi muito mais comovente, muito mais delicada do que qualquer mocinha poderia ser. A rudeza dos personagens, as frases que não foram ditas hora nenhuma, mas que eram tão claramente percebidas nas expressões dos atores; a angústia conformada de saber que nunca ficariam juntos, as diversas vezes em que os olhos diziam "eu te amo" em bocas mudas, e todo o resto, que só se vendo o filme para entender. É um filme daqueles para ter em casa e assistir várias, várias vezes. Nota 10 para "O Segredo de Brokeback Mountain".

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Alguém chame uma ambulância


O queridinho a esta altura do campeonato está do outro lado do mundo tentando fazer com que a nossa vida em comum tenha um futuro melhor. Ah, e quando eu falo "do outro lado do mundo", I mean it. Acredite em mim. Bom, mesmo o queridinho estando do outro lado do mundo (seguramente), num lugar onde todas as mulheres são gordas e estão cobertas por Burcas (ou "Abayas", mais precisamente) eu briguei com ele. Por ciúme. Sim, por ciúme - o orkut é uma merda. Nem foi bem uma briga, porque ele bateu o telefone na minha cara antes que a chapa começasse a engrossar. E o pior é que eu, que antes estava tão convencida da minha razão em tal matéria, agora começo a pensar que eu de fato sou uma idiota, e associo a minha total irritação com o fato de eu estar, possivelmente, na tpm. O queridinho, que neste exato momento deve estar pensando que eu sou uma víbora, desligou o telefone. O que para mim é o pior dos castigos. (Estão todos a par de que eu sofro de TOC- transtorno obsessivo compulsivo??)Então desde as tres horas da tarde eu tenho compulsivamente ligado para um celular que eu sei que estará desligado, e amaldiçoando veementemente a secretária eletrônica que atende em árabe. Se secretarias eletrônicas já são irritantes, imagine as que atendem em árabe. E embora eu saiba que só irei conseguir falar com ele amanhã de manhã, simplesmente eu não consigo parar de ligar. Eu me odeio.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Eu sou uma mulher elegante

Eu sou uma mulher fina que não desce do salto para fazer barraco nem por decreto. Mas que tem hora que eu sinto vontade de dar na cara de muita vagabunda, tem. Eu ODEIO mulher safada. Prima amiguinha que senta no colo porque é carinhosa é o caralho! Amiga que beija na boca porque é inocente?? MOOOORRA !!! (graças a Deus não foi comigo, porque senão relacionamento acabava antes do malfadado selinho acabar de estalar. -hunf.) Ainda bem que eu sou uma mulher controlada, porque se o ciúme que eu sinto viesse à tona é certeza que eu virava manchete de página policial.
Eu sinceramente amaldiçoo o dia em que convenci o queridinho a entrar no Orkut (sim, eu insisti para que ele entrasse. Sim, eu sou uma imbecil.) Porque eu nunca vi um lugar pra ter tanta mulé cretina quanto lá. E agora eu vivo o maior dilema porque embora eu fosse adorar que ele enjoasse daquele troço e saísse de uma vez para que eu finalmente eu me visse livre daquelas amigas que eu não sei daonde ele tira e que dão encima dele descaradamente(dá licença que o blog é meu e aqui eu falo o que eu quiser e eu acho que elas dão encima meeeeeesmo!), sempre constato que homem que cancela orkut é porque deve na praça. Tem negócios escusos dos quais a patroa não tem conhecimento. Acho que apesar de tudo ainda voto pela permanência do infeliz cadastro no site. Mas que eu passo raiva, passo. Outro dia mandei um email (bem elegante, porque eu sou uma pessoa fina - tenha isso em mente) para uma das periguetes que convidou o meu dileto a visitá-la. Ela me respondeu dizendo que além de bonita é "intelectual" (termo dela) e se eu quiser me manda até a monografia que ela escreveu como prova!!! Ah, tá bom, ela é SUUUUUPER intectual - tem até monografia!!! hahahha. Ainda bem que eu não me rebaixo. Mandei email, mas o que eu queria mesmo era quebrar os dentes. Pena que eu sou uma franguinha. Não tenho nem força, nem resistência física. Mas tá bom, meu email foi bastante digno da minha pessoa. hehehe.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Demolição


Às vezes me pego pensando sobre a dificuldade que as pessoas de dar as coisas por encerradas. Seja uma relação, uma etapa da vida ou qualquer outra coisa que durante algum tempo tenha significado algo importante para nós. Mesmo que tenhamos consciência de que tudo é mutável, de que o amor pode acabar, de que a avó pode morrer, de que vamos envelhecer, de que a nossa casa não é mais a mesma e as pessoas não são o que pensávamos dela, sempre tendemos a acreditar que as coisas sempre serão como as percebemos hoje... sempre achamos que o amor é eterno, que os entes queridos são eternos , nós (definitivamente) somos eternos, nossos endereços e nossos laços. Nunca pensamos realmente na finitude de tudo o que nos acalenta. Não gostamos de pensar nisso. Aliás, nem sei porque resolvi tocar nesse assunto agora. Deixa para lá. Não quero pensar nisso.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

o Blog do Meu Amigo

Meu amigo tem um Blog (todo mundo tem um blog hoje em dia)e eu não sabia. Ao ler o recém-descoberto blog do meu amigo, me lembrei das qualidades dele de que eu tanto gosto, e o quanto ando afastada do povo da terrinha. O Blog do meu amigo é tão profundo e belo quanto este jamais será. E o interessante é que ele não tem a menor intenção de ser nem profundo nem belo. Talvez por isso seja tanto, tanto... Visitem o blog do meu amigo, vale a pena. Chama-se TENGOKU, e tem um link para ele nos "Outros Abrigos".

P.s.1: Sí, Yo también lo tengo!!!
P.s.2: Não pude me furtar à piadinha infâme!!Desculpem...

Minha Mãe

Antes de fazer o que faz hoje, minha mãe trabalhava com crianças. Durante toda a minha infância, minha mãe era professora de maternal. Falando assim pode não parecer nada de mais, mas a verdade é que isso trouxe conseqüências sérias para a minha vida. Como minha mãe ficava com crianças o dia inteiro, quando chegava em casa, à noite, não tinha paciência para ficar comigo e com a minha irmã. E nós, é claro, queríamos a atenção dela, pois já tínhamos ficado longe o dia todo. Ela queria descansar e acabava se irritando com a gente...Em suma, eu fui uma criança que apanhou bastante. Não posso deixar de dizer que muitas das surras foram merecidas, porque eu não era fácil. Mas penso que ela acabava descontando uma parcela de suas frustrações na gente. Muitas das minhas travessuras poderiam ter sido reprimidas apenas com broncas, mas não foram. Acho que ela não tinha muita paciência para dar broncas. Ela nunca foi violenta(ela nunca machucou a gente realmente - nunca fiquei roxa por causa de uma surra, por exemplo), mas era extremamente agressiva. Era o modo como ela batia na gente, as coisas que ela dizia ("você é horrorosa"," você atrapalha a minha vida" , "eu te odeio"), o olhar dela para a gente... Não me lembro de quase nada da minha vida até os 13/14 anos (??), mas disso eu lembro... Agora eu moro longe, em outra cidade, e foi preciso que isso acontecesse, que eu me afastasse, para que pudesse realmente perdoá-la. Hoje eu gosto da minha mãe, me dou bem com ela e acho sinceramente que é minha amiga, que gosta de mim. Mas analisando criticamente, não posso deixar de associar a minha insegurança patológica - a dificuldade absurda que eu tenho de aceitar que alguém possa sinceramente me amar simplesmente pelo que eu sou - ao modo como a minha mãe lidava comigo. Percebo esses reflexos não só na minha personalidade, mas também - e talvez até mais acentuadamente - na da minha irmã. É triste perceber como as coisas que acontecem na infância podem afetar um indivíduo o resto da vida. Sei que a minha minha mãe nunca pensou que seu "método disciplinador" poderia resultar em complexos para suas filhas. Eu e a minha irmã já conversamos bastante sobre isso. Sabemos que ela queria apenas que suas filhas fossem perfeitas: as mais inteligentes, as mais bonitas, as mais educadas. E como nós não éramos, embora nos esforçássemos consideravelmente, ele ficava com raiva. Toda mãe quer o melhor de seus filhos; ela simplesmente extremava isso. Acho que ela nunca vai admitir que errou no modo como nos educou, porque se hoje somos adultas responsáveis e honestas, trabalhoras e que não usam drogas, então ela julga que fez um bom trabalho. Para ela, o fator emocional não faz parte do processo educador. Então, para ela, não tem muito problema (se é que ela se dá conta disso) que nós tenhamos tantas dificuldades em lidar com as questões emocionais, porque não era sua responsabilidade. Minha mãe é uma mulher também bastante insegura, embora faça questão de aparentar o contrário (exatamente do mesmo modo como eu e a minha irmã fazemos), e sempre pergunta se nós achamos que ela é uma boa mãe. Nós dizemos que sim. Não queremos magoá-la. Mesmo porque, nos outros aspectos que envolvem a vida infantil, ela foi realmente uma excelente mãe - nunca deixou nos faltar nada, tivemos boas escolas e bons brinquedos. E, no fim das contas, nenhuma mãe - e nenhuma filha - é perfeita. Penso que talvez a insegurança dela tenha algo a ver com sua relação com a minha avó durante sua infância... mas isso é assunto para outro post!
Tenho medo de ser mãe.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Finalmente!!!

Tudo bem, eu confesso: Eu sofro de Transtorno Obsessivo Compulsivo. Depois de cerca de seis horas tentando fazer esta barrinha ao lado (onde ficam os links) ficar exatamente do jeito que eu queria, tive um surto psicótico (eu ria descontroladamente) por não conseguir colocar as setinhas que padronizam a página. Mas agora já tô bem. Uma alma caridosa se compadeceu e me ajudou a programar as setinhas, de modo que o blog agora está lindo - totalmente harmonioso !! hehehehehe (risada psicótica..) Mas não se preocupem, gente (se é que tem alguém lendo isso!), essas coisas não se manifestam com freqüencia...

O que me fez criar este blog....


tente outra coisa
tente ver as coisas
de um modo diferente
tente outra cor
e se não for amor
outro tipo de gente
tente ver além
do que você já tem
à sua frente

tente um mundo novo
uma nova era
tudo pode estar te esperando
tudo pode estar
onde menos se espera

tente a todo instante
só o que manda o instinto
tente refrigerante
vinho branco e vinho tinto
tente ser Brasil
de um povo Heróico
um brado retumbante
tente o mundo todo

tente todo mundo
ninguém vai ficar te esperando
tudo pode estar
onde menos se espera

tente outra coisa
tente ver as coisas
de um modo diferente
por cima do muro
por baixo dos panos
tente outra vez
o que você já fez
de um modo diferente

tente um mundo novo
uma nova era
tudo pode mudar
tudo pode estar
onde menos se espera

tudo pode mudar
tudo pode estar
onde menos se espera

tudo pode mudar
tudo pode pintar
de quem menos se espera

numa noite de inverno
tarde de outono
ou manhã de primavera
tudo virar
pode ser verão

quando menos se espera...

(Onde menos se espera - Humberto Gessinger)

A Casa Invisível!!

A Casa Invisível nasceu... Não tem ainda forma nem jeito, não tem ainda identidade, mas o importante é que nasceu. Nem sei ainda qual será o tema forte do blog, mas desconfio que será daqueles que pretendem falar de tudo e acabam falando de nada. De qualquer modo, não importa. É um blog pessoal, e como tal, não tem pretensões... Pode falar de diplomacia e pode falar da vida alheia, pode postar poesia e pode postar piada, pode filosofia e pode rock nacional. Num blog pessoal tudo pode!! Pode ser profundo e pode não ser... Pode ser verdade e pode ser mentira. Eu estou até gostando história de blog... é estranho pensar num lugar (ou um não-lugar, conceito da virtualidade), onde tudo eu posso, onde eu faço a regra, onde eu sou a Lei ("o Estado Sou Eu"!!!hahaha!!). Quando se pode tudo, fica até difícil escolher o que se quer fazer... acho que ainda não me acostumei com essa tal Soberania! Ainda tenho que definir um monte de coisas, tomar providências, e nem sei direito por onde se deve começar ou o que se deve fazer para manter um blog... Por enquanto é isso aí... até!!! Onde menos se espera, a Casa Invisível surge para abrigar meu coração cansado...