segunda-feira, maio 19, 2008

Meu irmão.

(esse texto foi escrito a conta-gotas.)
"Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas..."
Dizem que os amigos são a família que Deus nos permitiu escolher.
No meu caso, não poderia ser mais verdadeiro. Tenho poucos amigos, mas esses poucos me são tão valiosos que é como se fossem vários. Hoje, no entanto, não quero falar de amigos. Quero falar de irmãos: tenho dois. Uma menina, que meus pais me deram e que é ótima, e um menino, que é o irmão que escolhi pra mim.
Chamar o meu irmão de "menino" é bondade minha, porque, a bem da verdade, ele já passou dos trinta - mas isso não importa. O que importa é eu o escolhi pra ser meu irmão porque consigo imaginar nossas brigas de infância. Nossas implicâncias de adolescência. Nossas pequenas cumplicidades juvenis. E a relação que temos hoje parece alicerçada num convívio diário de muitos anos, de muitas brigas e desculpas, de intimidade desinteressada, quase forçada pelos pais em comum que nunca tivemos. É quase como se os natais de nossa infância tivessem sido os mesmos. Enfim.
Quando foi mesmo que nos tornamos assim, tão capazes de nos entender? Será mesmo que eu te entendo como acho que te entendo? só porque me entendes...
Fico tentando me lembrar quando foi que abandonei a armadura. Quando foi a primeira vez que tive coragem de me expor, fraca, insegura diante dos seus olhos. Por que foi, mesmo, que você não me julgou? Já não me lembro...já faz - ou parece fazer - tanto tempo...
Penso nas minhas fraquezas, e nas coisas muito cruéis que você me disse sobre elas. Só mesmo um irmão poderia seguir impune, depois de tanta honestidade amarga. Não que não precisasse ser dito. Precisava. Mas não houve, senão você, quem tivesse coragem de dizer. Um irmão também ensina.
Penso nas suas inseguranças e nos meus comentários acerca delas. Só mesmo um irmão pra apoiar incondicionalmente, sempre, mesmo não concordando. Família é pra aguentar o tranco. E hostilizar quem te magoa. Um irmão também protege.
Irmão dá bronca. E colo. E fica puto. A gente sabe.
Você sabe o que significa pra mim. Não importa muito o que os outros pensem a meu ou a seu respeito. Eu sei quem você é. E você sabe quem eu sou. Com todas as coisas que escondemos por baixo da armadura, com nossos fantasmas e nossos segredos. Apesar daquilo que queremos aparentar. Apesar da nossa necessidade de nos prevenir. Eu sei quem você é.
Eu te amo.

quinta-feira, maio 08, 2008

O pensamento do Outro.

Eu aposto que você já disse pelo menos alguma vez na vida que não está nem aí para o que não-sei-quem pensa a seu respeito.

E nesse dia, meu caro amigo, você mentiu.

Uma das maiores falácias da contemporaneidade é a auto-confiança. Eu não conheço ninguém realmente seguro de si: conheço, sim, alguns bons mentirosos, que convencem a quase todo mundo, e inclusive a si próprios, que não se importam com o que os outros pensam. Mas se importam. Ah, e como se importam...
O seu chefe, o seu vizinho, o amigo do seu amigo, o cara gatinho do trabalho, o professor de alemão e o síndico do prédio pensam alguma coisa a seu respeito. E você continua dizendo pra todo mundo que está se lixando pra isso. Será? Será que não faz mesmo a menor diferença para você que o seu síndico te ache um cretino, que o seu chefe te ache um encostado e que o cara gatinho do trabalho te ache uma loser?
Duvido. DU-VI-DO.

E você se arruma e se maquia mesmo estando sem o menor saco porque não quer que ninguém perceba que está deprimida. Você lê aquele resumo insuportável dos Sofrimentos do Jovem Werther só pra ter o que conversar com o professor de alemão. Você baixa o tom da voz quando faz uma piada suja pro síndico não ouvir. E, como bem lembrou o JM em seu blog, você é exatamente como a "girl in her bedroom who poses in front of the camera she's awkwardly holding in her outstretched hand. She'll take a hundred photos until coming up with one she's happy with, which inevitably looks nothing like her, and after she's done poring over images of herself, will post one on her myspace page and then write something like " I don't give a f*ck what you think about me." " Hahaha!! Parece piada...

As pessoas são mesmo tão iguais... Eu e você, o John Mayer e as celebridades todas. O chefe, o síndico e o gatinho do trabalho. Minha mãe e o professor de alemão. E a gente se esforça tanto pra ser diferente, pra ser único no mundo, pra ser marcante. O mesmo esforço, unindo o mesmo tipo de gente.

E todo mundo fingindo que não está nem aí se não está sendo visto. Mas sem tirar a melancia da cabeça.


terça-feira, maio 06, 2008

Da tarde em que quase morri.


E aí que meu carro aquaplanou na estrada e eu quase morri.

E eu só conseguia pensar que eu ia morrer e que quando você recebesse a notícia estaria sozinho do outro lado do mundo.


10 anos depois e eu ainda te amo desse tanto.

segunda-feira, maio 05, 2008

Tem coisas que só o Itamaraty faz por você!

Quer trabalhar no Sultanato de Omã? Burkina Faso, talvez???
Tá afim de visitar um cara que tá preso numa cidade que fica a quatro dias de barco Amazônia adentro?
Prostitutas brasileiras em Barcelona são seu sonho de consumo???? Adora traficantes de fronteira???
Ser pisado pelo seu chefe veado te faz feliz???
Então venha!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! O Itamaraty é o lugar perfeito para você...