quinta-feira, julho 19, 2007

Trouxildes!

Nossa, tava lembrando das nossas conversas filosóficas (pelo menos a gente achava que eram filosóficas!!) dos tempos do segundo grau.. aí eu me dei conta da quantidade de tempo que se passou desde a última vez em que conversamos de verdade. Eu nem me lembro quando foi... me deu uma certa melancolia de pensar nas pessoas que vão se afastando lentamente, sem que se perceba, e que um dia se dão conta de que já não são mais do que conhecidos... é incrível a distância enorme que existe entre o Gustavo da minha imaginação - que ainda hoje é tão meu amigo, porque foi forjado pela minha memória, com quem eu tinha liberdade para falar sobre qualquer coisa, até sobre a minha paixão louca e na época aparentemente irrealizável pelo Drão, quando eu fracassava terrivelmente em querer conter meu choro - e o Gustavo do mundo real, esse que é você de fato, com quem eu já há vários anos não travo diálogos mais longos do que cinco minutos compostos por piadas de ocasião. Prefiro o primeiro. Olho para o segundo e me sinto incomodada; não o reconheço, não consigo reuni-lo com a projeção mental que faço dele. Não consigo legitimá-lo enfim, embora seja muito mais verdadeiro do que o meu espectro particular.
Sinto falta se sermos como éramos, se é que éramos do jeito que me recordo. O ser humano tem o estranho hábito de carregar as tintas de algumas lembranças, fazê-las muito mais significativas do que realmente foram quando ocorreram. Independentemente disso, merecidamente ou não, você hoje está no rol das pessoas por quem nutro um silencioso querer-bem. Eu espero que esteja bem, que esteja feliz. E que saiba que, ainda que apenas na minha imaginação, você opina sobre tudo o que me angustia. Exatamente como agora.

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