sexta-feira, dezembro 14, 2007

Partidas e chegadas.

O homem que eu amo está chegando.
O homem que você ama está indo embora.

E, eu, previsível que sou, fico pensando sobre isso. O longo tempo que separa a partida e a chegada. O tanto de choro que corre nesse intervalo. As lentas horas, a tristeza e o vazio. Depois, o acostumar-se.

Eu choro fácil: choro quando eu choro, e quando as pessoas que eu amo choram. Ontem, eu chorei com você, mas mais do que isso, eu chorei por você. Chorei por saber o quanto é inútil o argumento do acostumar-se, e pelo quanto é legítima a dor pelas decisões sem culpado. Chorei por reconhecer tão fielmente aquele escorrer de lágrimas, tão absurdamente igual ao meu há dois anos. E por reconhecer que ainda mais dolorido é o seu choro, porque vem acompanhado da incerteza do reencontro. Chorei por saber - mas só depois de dois anos - que o sofrimento é inútil, que a dor passa, o que o acostumar-se chega, inexoravelmente. E por saber que tudo isso dito é vazio, e que só o tempo transforma o discurso em fato. E enquanto o tempo que conserta as coisas não chega, saiba que você tem muitos amigos, desses que são de verdade, que estarão prontos pra te ouvir - ou para não ouvir, se você não quiser falar - sempre que chamar. Inclusive eu.


2 comentários:

Cosette DuBois disse...

Lindo! Sinto exatamente o mesmo que você e minha reação tem sido muito semelhante à sua. Mas, além disso tudo, eu choro pela impotência de tentar, há uma semana, evitar um sofrimento a uma amiga e não conseguir.

Anônimo disse...

Frorzinha, sou meio suspeita pra falar, mas achei esse o seu texto mais lindo ever. Lindo, lindo, lindo. Emociona pra caramba ao ler, to chorando até agora... E tudo q vc disse tá certo, tudo. Principalmente aquele finalzinho, sobre os amigos que sempre estarão por perto. Vcs tão dando uma prova mto forte disso. se não fosse por toda a força de vcs, nem sei... Por isso e tudo o mais, tks a lot. nunca vou esquecer esse apoio!