sexta-feira, outubro 19, 2007

Dos tipos Humanos.

"Deliberadamente, e sem que eu o tivesse convidado, você se introduziu no meu mundo, tomando um lugar ao qual não tinha nenhum direito ou qualquer qualificação que o tornasse digno de ocupá-lo. E por ter se tornado, graças à sua presença constante e uma curiosa insistência, numa parte essencial de cada dia, conseguiu absorver toda a minha vida e não soube fazer nada melhor que destroçá-la..."

O texto acima é a descrição de uma comunidade do orkut chamada "Você destruiu meu coração". A autora se identifica apenas como "Gabi!". A comunidade tem hoje 4.300 membros, aproximadamente. Coloquei o texto aqui porque ele me parece ser muito esclarecedor acerca de um dos tipos humanos que eu estou tentando sistematizar..
Madames et Monsieurs, je vous présent:
A MEGALODRAMÁTICA:
Ela é teatral. Gesticula. Faz discursos vazios, porém impactantes. Diz muito mais do que sente. É a rainha da tempestade no copo d'água. Gosta de chorar na frente do espelho. É vaidosa, inclusive de sua "dor". Faz questão de exibir suas chagas. Não tem problemas em que sintam pena dela. Em certa medida, até gosta. Os ingênuos acreditam cegamente nas verdades da megalodramática, e muitos dariam um dedo por sua palavra. Mas a verdade é que ela tenta viver uma vida de mocinha de novela na vida real. Tem que ter sofrimento, angústia, intriga, e ela sempre de vítima, senão a vida não serve. Afinal, sem drama não há espetáculo. Normalmente, esse tipo humano se preocupa bastante com sua imagem física e é razoavelmente inteligente, mas perde parte de sua credibilidade junto aos que conhecem mais intimamente sua personalidade. A megalodramática é encantadora e cansativa. Ninguém aguenta o turbilhão de lava por muito tempo.
Conhece a sinopse de vários livros, e discute qualquer assunto, mas não por mais de cinco minutos.
É inofensiva.

2 comentários:

Moon disse...

E dpois vc reclama da imagem que eu vejo no espelho, hein? Tsc, tsc...
O texto tá mto legal, meu medo é que tenha sido uma tentativa de auto-retrato, pelo que vc comentou hj (e em outras ocasiões...).

Ariane Freitas disse...

Esse texto do início, na verdade, é de Oscar Wilde - está no livro "De Profundis", que ele escreveu na prisão.