segunda-feira, abril 30, 2007

Em tempo:

Como bem constatou a Lua:

I don’t think time is a good healer. I just feel it helps us get used to things. Absences and presences.

And I agree.

Lady Delirium.



Dos Perpétuos, ela é a mais jovem. É também a mais lúdica e, na minha opinião, a mais bonita. Gosto de imaginar sua voz, e o jeito como articula suas frases. Gosto de suas perguntas desconcertantes, que parecem sem sentido, mas que na verdade articulam um raciocínio fascinante. Ela tem um quê de doçura, uma meiguice capaz de conseguir tudo. Acho que Delírio é uma adorável fortaleza. She is no longer Delight, but she is still beautiful, with all those collours in her hair. Imagino que ela tenha as mãos pequenas, e que roa as unhas. Acho que Delírio é quem sabe das coisas, e bobos somos nós, com nosso parco conhecimento supostamente lúcido sobre tudo. Nós não sabemos nos transformar em milhares de borboletas quando estamos entediados.


-Whats the word for when you realize you've forgotten what it feels like to make love to someone you really loved a long time ago?'
-There isn't.
(Diálogo entre Delirium e Dream, em Vidas Breves, acho. Talvez Fábulas e Reflexões.)

I wish

CENSURADO!!!!!

sexta-feira, abril 27, 2007

Samirah.

A outra estava há tanto tempo amordaçada, enjaulada num canto escuro da minha vida, que já quase me esquecia de sua existência. Mas a uns dias atrás a mordaça se rasgou, e desde então ela tem urrado desesperadamente o meu nome. Grita pedindo que eu a solte, que eu a deixe sair. Mas não. Melhor não. Não preciso mais de todas as coisas que ela sabe, e que eu sei que me machucam. Não preciso mais dessa coisa pequena, que antes me parecia tanto, e que eu achava que ia me fazer tão feliz e não fez. Não preciso desses livros, desses textos, dessas rezas, desse lixo. Não preciso. Preciso do silêncio da minha casa, da voz dos meus amigos. Preciso das canções comuns, dos livros de estudo. Preciso de pensamentos comuns, amores comuns. Dos programas da TV, dos quebra-cabeças distraídos. Dos risos queridos e inalterados. Preciso da lucidez constante, da lucidez sempre presente, mesmo quando parece que não.
Enfim.
Fica quieta aí, e cala a boca.