sexta-feira, março 30, 2007
Mocinha.
quinta-feira, março 29, 2007
...
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas
é desse jeito!
quarta-feira, março 28, 2007
A Minha Casa
terça-feira, março 27, 2007
Seu aniversário.
Espero que esteja bem, que esteja feliz, que goste da cidade nova, e que esteja confiante de que fez as escolhas certas.
Espero que tenha me perdoado, e que tenha se perdoado também.
Sempre me lembro do seu aniversário, porque é junto com o do Renato. Nunca passamos juntos o seu aniversário, e agora acho que nunca passaremos. Nunca estivemos tão distantes, na verdade. É estranho que a tanto tempo não nos falemos, e que você ainda faça tanta falta. Tem uma parte de mim que é só sua. E tem uma parte sua que é só minha. Você sabe. Você não foi o meu maior amor, mas seguramente foi especial. Sinto falta de não ter que explicar o que penso, e como penso. Sinto falta do jeito que você olhava - olhos de cão devorador. Às vezes ainda me pego pensando nas nossas últimas brigas, no conto da Cartomante. Tão dolorido tudo aquilo. Ainda dói. Você era um dos maiores amigos, como é que a gente pôde se ferir tanto? meus olhos ainda enchem d'água quando lembro. Tanta mágoa que veio depois, tanta deslealdade.. e ainda assim, não consigo ter raiva. tenho saudades, só. E um pouco de mágoa guardada por não ter entendido porque você fez tudo aquilo. Logo você, que eu entendia tão bem... Talvez a gente fosse igual em coisa demais, ou fosse diferente em coisa demais, não sei. Sinto falta de rir junto, ler poema junto, da sua cachorra latindo na porta do quarto. Às vezes queria que ainda fosse julho, que você ainda estivesse estudando cinema, e eu ainda estivesse no segundo semestre. Não para impedir tudo o que aconteceu depois, mas para aproveitar melhor o que ainda estava acontecendo. Não sei se seria melhor se tivesse sido diferente. Não sei se mudaria o rumo das coisas, se tivesse a chance. Não sei se a gente seria mais feliz estando juntos hoje. Mas sinto falta daquele tempo. Se eu tivesse que escolher um mês só para mim, um mês de minha predileção, seria julho. Sempre acontecem coisa boas em julho. A gente foi tão feliz em julho, e vieram outros julhos muito bons também, depois. Mas agora é março, e março nunca é um mês muito legal.
Feliz aniversário pra você, meu querido.
...
quarta-feira, março 14, 2007
terça-feira, março 13, 2007
Os Gritos
Houve um tempo na minha vida em que eu achava que escrevia muito bem. Bom, este tempo passou. Hoje, eu continuo escrevendo muito mais para não desabar do que por acreditar que tenho algo de novo a dizer. Não tenho um texto de vanguarda, não sou capaz de grandes metáforas e minhas análises são tão profundas quanto um prato de sopa. Na verdade, minha relação com este blog é bastante confusa. Eu gosto dele, mas o acho perfeitamente dispensável. Ninguém faz muita questão de acompanhar minhas elucubrações solitárias.
And still, I keep writting. Why?
Por que divulgar na internet trechos de livros que todo mundo conhece, músicas que todo mundo ouve? Se um blog é na verdade uma coisa assim tão pessoal, por que lançá-lo no maior canal público do mundo? Por que não manter um singelo diário com cadeado em forma de coração, escondido no fundo da gaveta de calcinhas, como provavelmente nossas avós faziam? Simples, meu caro Watson... O que a gente quer, mesmo mesmo mesmo, é estar presente no mundo. A gente quer gritar do que a gente gosta, o que a gente sente, o que nos agrada ou irrita, que é pra ver se alguém repara. Quer é dar sinais ao mundo de que a gente existe, quer urrar desesperadamente que a gente não é só mais um no meio da massa. Porque a gente quer acreditar, a gente precisa acreditar, que há algo que nos é inerente e único, e que nos torna especiais, mesmo que talvez na verdade não haja.
Todo mundo quer se sentir diferente, quer fazer a diferença, só que o problema é que ninguém tá nem aí pra ninguém, se tá feliz ou triste, se é inteligente ou burro. Então a gente vai ficando assim, cada vez mais carente e cada vez mais rouco de tanto gritar o próprio nome, os próprios feitos. E como todo mundo grita ao mesmo tempo, ninguém ouve ninguém. As pessoas vão se isolando nesse universo de sons e vozes misturadas e ininteligíveis, e se perguntando atônitas porque é que, afinal, a sua voz não soa mais alta que as dos demais.
Um blog é uma garganta, e cada post é um grito: "REPARE EM MIM. EU SOU INTERESSANTE". Muitas vezes nem nos damos conta da quantidade de coisas que fazemos/dizemos/escrevemos simplesmente porque precisamos ser notados.E é justamente por isso que o mundo bloguístico é tão fascinante: sempre há possibilidade – remota, porém concreta – de alguém por acaso descobrir o seu blog e o achar interessante. De alguém que você nunca viu na vida reparar em você. E, pra esse alguém, você fazer diferença.